Como a música impacta o cérebro humano?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as manifestações artísticas e culturais influenciam significativamente na saúde física e mental das pessoas.
Uma das manifestações artísticas que mais contribui para o desenvolvimento humano é a música. Ela possui funções para além de entretenimento, somando efeitos terapêuticos, por exemplo.
Em 2020, hospitais e unidades de saúde pelo Brasil aderiram ao uso de música para auxiliar no tratamento de pacientes internados com COVID-19. A musicoterapia foi usada para melhorar o humor e reduzir a ansiedade, além de promover relaxamento e bem-estar aos pacientes.
Atualmente, neurocientistas também investigam a música como ferramenta de intervenção em diferentes alterações neurológicas, como autismo e dislexia.
Leia também: “Neurociência e Educação: como essas áreas dialogam”.
Impactos da música no cérebro
Ao ouvir música, diferentes áreas do cérebro humano são afetadas, como o hipotálamo, que tem a função de garantir o equilíbrio da temperatura corporal, além de atuar na coordenação entre os sistemas nervoso e endócrino. Esta área é responsável por regular a vontade de comer, o sono e o estado de ânimo, entre outras funções.
Outra região afetada é o tálamo, que interpreta as informações dos sentidos. Sendo assim, ativa o principal local de armazenamento temporário da memória, principalmente a de longo prazo, assim como as regiões associadas às funções cognitivas.
Além disso, as músicas estimulam quatro neurotransmissores: a dopamina, endorfina, ocitocina e serotonina. O quarteto é responsável pela sensação de satisfação, felicidade, relaxamento e bem-estar que sentimos ao realizar essa e outras atividades.
Também é importante destacar que a música pode equilibrar batimentos cardíacos e respiração, sendo bastante usada no controle do estresse. Tudo depende do ritmo musical escolhido.
Até o momento, deparamo-nos com a perspectiva da Neurociência. Mas a Psicologia também é uma das áreas que investiga os impactos da música no comportamento humano.
Nesse sentido, a PhD e chefe do departamento de Ensino e Aprendizagem musical da Universidade do Sul da Califórnia, Beatriz Ilari, identificou que a música exerce papel fundamental nas relações interpessoais. Conforme seu artigo Music, social behavior and interpersonal relationships, a música contribui para a preservação e a evolução da espécie humana.
Música: aliada ou inimiga dos profissionais?
As opiniões se dividem quando o assunto é ouvir música durante o horário de trabalho. Algumas pessoas defendem que ela ajuda na concentração, enquanto outras preferem o silêncio para manter o foco.
Mas os neuropsicólogos do Mindlab Internacional descobriram que 9 a cada 10 colaboradores produzem resultados mais consistentes quando estão ouvindo música do que quando trabalham em silêncio. Entretanto, para ela ser uma aliada e não inimiga, é imprescindível diversificar os tipos de música conforme a atividade a ser realizada.
Segundo o levantamento do Mindlab Internacional, ouvir música clássica melhora o desempenho do trabalho para 12% dos colaboradores, enquanto o Pop reduz a incidência de erros para 14% deles.
Mas como escolher a música adequada? Tudo vai depender da tarefa a ser desempenhada e, principalmente, se você prefere ouvir canções enquanto trabalha.
Alguns profissionais relatam que preferem ouvir músicas instrumentais quando precisam de concentração e atenção plena, e para atividades repetitivas optam por canções mais agitadas.
Aliás, a plataforma de streaming de música, podcast e vídeo Spotify desenvolveu playlists para profissionais que preferem se concentrar com uma boa canção. Deep Focus, Clássico para o Trabalho e Intense Studying, por exemplo.
Amplie seus conhecimentos sobre o tema
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