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Organizações exponenciais na visão de Salim Ismail

Escrito por PUCRS Online | 14 de Janeiro de 2020

O termo organizações exponenciais foi cunhado por Salim Ismail, autor do livro best-seller Organizações Exponenciais, estrategista de negócios e fundador da Singularity University.

Em colaboração com os trabalhos de Michael S. Malone e Yuri van Geest, Salim Ismail chama de organizações exponenciais aquelas empresas com capacidade de desenvolver soluções 10 vezes mais rápidas.

Ao mesmo tempo, são empresas com menor custo e com maior qualidade em relação às empresas já operantes no mercado.

Se você quer entender como as fintechs têm transformado o mercado financeiro, clique aqui e leia nosso artigo na íntegra.

Deste modo, as organizações exponenciais se caracterizam pela autonomia, com equipes auto-organizáveis e multidisciplinares. Consequentemente, são marcadas pela constituição de equipes sob demanda de cada trabalho e por experimentação.

Ainda, preferem ativos alavancados ao invés dos físicos, como compartilhamento e aluguel.

Outro fator importante que rege essas organizações são as disrupturas transformadoras em massa, como Airbnb. Que nada mais é do que a maior rede hoteleira do mundo sem possuir nenhum quarto de hotel.

Relação entre tecnologia e organizações exponenciais

A tecnologia está transformando radicalmente os processos industriais tradicionais. Sendo assim, essa mudança traz consigo oportunidades para os empreendedores no futuro.

Aliás, o primeiro passo é entender que as tecnologias surgem, mudam e desaparecem constantemente. As organizações exponenciais entendem as características das tecnologias exponenciais e internalizam seu ciclo de crescimento.

Conforme Peter Diamandis, também fundador da Singularity University, elencou seis D’s que ajudam na identificação do estágio na qual se encontram as tecnologias. São eles:

  1. Digitalização: tudo o que é digitalizado pode entrar em crescimento exponencial, já que informação assim é fácil de ser acessada, compartilhada, organizada.
  2. Decepção: o período de crescimento inicial após a fase 1 causa decepção pois há muita expectativa envolvida.
  3. Disrupção: um mercado é disruptado por alternativas digitais quando estas se tornam mais eficientes e mais baratas.
  4. Desmonetização: o dinheiro é retirado de equação a medida que os custos tecnológicos e operacionais diminuem.
  5. Desmaterialização: com a tecnologia em nossas mãos, muitos produtos físicos ou equipamentos são desnecessários. Isso simplifica, organiza os processos e diminui custos.
  6. Democratização: uma vez com o produto digitalizado e validado, o acesso é fácil a todos via plataformas digitais.

Diferencial das organizações exponenciais

A tecnologia não apenas alterou o comportamento do consumidor, como permite agilizar, eliminar processos manuais e automatizar tarefas.

As empresas que ultrapassam a barreira de forças de trabalho, têm tecnologia de operação e crescimento mais barato compreenderam o que é a exponencialidade.

Elas se diferem de empresas tradicionais, que costumam operar de forma linear, com quantidade limitada de recursos. Geralmente, essas empresas têm estrutura empresarial baseada na hierarquia, centralização de poder e baixa tolerância para risco.

Por outro lado, as organizações exponenciais têm processos operacionais mais flexíveis, crescem sem investimento gigantesco e se apoiando em ativos já existentes.

Ao utilizar a inovação a favor do desenvolvimento de soluções melhores, crescer acima da média se torna uma consequência.

À primeira vista, essas empresas são percebidas como aquelas que olham o mercado sob o ponto de vista do consumidor, pensando nas vantagens óbvias para eles.

Um exemplo importante é a Dollar Shave Club, que criou um modelo de assinatura de lâminas de barbear.

Rapidamente, a marca ganhou milhões de assinantes e somou em seu faturamento mais de R$ 200 milhões. Dessa forma, a Unilever adquiriu-a por $1 bilhão para acabar com a ameaça à Gillette.

Principais atributos das organizações exponenciais

Para apresentar os atributos das organizações exponenciais, Salim Ismail as associa a um cérebro.

Do lado esquerdo, denominado Ideias, relaciona cinco atributos internos que buscam ordem, controle e estabilidade. Enquanto isso, o lado direito, chamado Escala, é relacionado à criatividade, ao crescimento e às incertezas ao que é externo à organização.

Segundo ele, uma empresa deve ter, no mínimo, quatro atributos para serem consideradas exponenciais.

Atributos internos (Ideias)

Interfaces

Elas são plataformas organizadoras dos processos da empresa e o que liga as organizações exponenciais a entidades externas. Em resumo, é o elo de ligação entre as partes que não podem se comunicar diretamente.

Dashboards

Aqui, defende-se um painel de controle que mostre em tempo real todas as informações atualizadas do que cada colaborador está realizando. Esse dashboard assegura maior controle individual de desempenho, diminuindo erros.

Experimentação

Ao contrário das empresas tradicionais que o teste de produtos leva bastante tempo, nas organizações exponenciais essa validação ocorre de forma contínua e ágil, com riscos controlados.

Autonomia

Na contramão da hierarquia de trabalho, as organizações exponenciais têm equipes auto-organizadas e multidisciplinares, que atuam com autoridade descentralizada. O principal propósito disso é aproximar talentos capazes de gerir a si mesmos.

Tecnologias sociais

Ao fazer uso de tecnologias sociais, a comunicação é mais eficaz, tornando os aprendizados mais rápidos e a equipe mais organizada. Os sete elementos-chave de tecnologia sociais que podem contribuir são: objetos sociais, fluxos de atividades, gerenciamento de tarefas, compartilhamento de arquivos, tele presença, mundos virtuais e sensoriamento emocional.

Atributos externos (Escala)

Equipe sob demanda

As organizações exponenciais estão atentas que as habilidades se transformam e duram pouco mais que cinco anos. Em geral, elas preferem contrarar sob demanda, permitindo novos aprendizados e tornando as equipes mais ágeis.

Comunidade e multidão

Ter uma comunidade engajada é fundamental. Esse atributo se reflete na fidelização de clientes, o que fomento o crescimento e a implementação do negócio, além do lançamento de novos produtos e serviços.

Algoritmos

Aproximadamente, 2.5 quintilhões de bytes de dados são gerados por dia no mundo inteiro. Hoje, praticamente tudo gira em torno dos algoritmos. Não é para menos, eles trazem resultados mais escaláveis e com menor incidência de erros.

Ativos alavancados

As organizações exponenciais podem ter, compartilhar ou usufruir de ativos. Mas, se elas não têm, isso não é um problema. Por exemplo a Stayfilm, rede social que opera através de servidores da Amazon e da Microsoft.

Engajamento

Aqui, engajar remete em manter clientes e colaboradores alinhados ao negócio. Não basta estar aberto aos feedbacks do público-alvo e deixar de reconhecer suas equipes de trabalho. Tudo deve caminhar junto.

Conclusão

Vimos que a tecnologia é um dos fatores primordiais para o surgimento das organizações exponenciais. Além disso, o pensamento inovador costuma ser o caminho principal para romper com o modelo tradicional.

Em suma, as organizações exponenciais são empresas que adotaram uma nova forma de fazer velhos negócios. Pensar de maneira exponencial implica em pensar em escalabilidade, adotar sistemas que podem ser repetidos, sem aumento de custos ou equipes.

Para possibilitar que seu negócio e sua carreira cresçam, fazer algo diferente e inspirado nos diferenciais das organizações exponenciais é fundamental.

Entretanto, muitos profissionais dizem não se sentir preparados para digitalizar suas empresas e aplicar os princípios de exponencialidade em seus negócios.

No entanto, se você quer se diferenciar diante à transformação digital, aprendendo a usar as tecnologias a seu favor, há uma grande forma de dar o passo inicial.

Juntamente de Salim Ismail, você pode aprender a se tornar protagonista nesse cenário de mudanças no MBA em Transformação Digital e Futuro dos Negócios.

Oferecido pelo PUCRS Online, essa pós-graduação reúne outras grandes referências em transformação digital, como Raymond McCauley e Patrick Hollingworth.